terça-feira, 12 de agosto de 2014

Blasfêmia contra o Espírito Santo


Poucos tópicos bíblicos geram mais discussão do que a blasfêmia contra o Espírito Santo. Todos parecem saber que esse pecado é imperdoável, mas as opiniões diferem amplamente quanto ao que ele é. Alguns dizem que é suicídio, outros que é adultério, e ainda outros pensam que se refere à rejeição do evangelho depois que o Espírito Santo veio no dia de Pentecostes. Quase ninguém se detém para examinar os contextos das referências à blasfêmia contra o Espírito Santo. Como acontece com todos os outros assuntos, a análise disciplinada e cuidadosa do texto esclarece a confusão. Infelizmente, muitas pessoas religiosas desenvolveram o hábito de resolver os assuntos sem nem mesmo olhar para o texto, muito menos estudá-lo atentamente. Os textos relevantes são encontrados nos três primeiros evangelhos. Em Mateus 12, as afirmações de Jesus sobre blasfemar contra o Espírito Santo ocorreram quando ele curou um homem cuja possessão pelo demônio o havia feito cego e mudo. Em Marcos 3, a cura não é mencionada, mas a maioria d que Jesus disse na ocasião é. Lucas registra a cura no capítulo 11 e menciona a blasfêmia contra o Espírito Santo em 12:10.
O Contexto
"Então, lhe trouxeram um endemoninhado, cego e mudo; e ele o curou,   passando o mudo a falar e a ver. E toda a multidão se admirava e dizia:  É este, porventura, o Filho de Davi? Mas os fariseus, ouvindo isto, murmuravam: Este não expele demônios senão pelo poder de Belzebu, maioral dos demônios"
 (Mateus 12:22-24)). Note três coisas. Primeiro, Jesus curou um homem que era cego e mudo. Há simplicidade impressionante no modo como Mateus registrou o milagre: ele simplesmente disse que o homem falou e viu. Segundo, a multidão viu o que Jesus fez e começou  a concluir que ele poderia ser o Filho de Davi; isto é, o Messias. Terceiro, os fariseus ouviram o que o povo estava dizendo e decidiram que eles tinham que descobrir algum plano radical para calar a influência de Jesus. Eles o acusaram de expelir demônios pelo poder de Satanás. Eles estavam tentando neutralizar o efeito dos milagres de Jesus e impedir os outros de crerem nele. Esta era uma manobra brilhante por parte dos inimigos de Jesus porque não somente explicava suas grandes obras, mas lançava uma sombra de suspeita sobre ele. Era imperativo que ele respondesse convincentemente à acusação deles.
   
A Defesa de Jesus
"Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse: Todo reino dividido  contra si mesmo ficará deserto, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá. Se Satanás expele a Satanás, dividido está contra si mesmo; como, pois, subsistirá o seu reino? E, se eu expulso demônios por Belzebu, por quem expulsam os vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão os vossos  juízes. Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós. Ou como pode alguém entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens sem primeiro amarrá-lo? E, então, lhe saqueará a casa" (Mateus 12:25-29).
 
Jesus respondeu com três pontos. Primeiro, ele mostrou que era ilógico pensar que Satanás estava lutando consigo mesmo. É difícil imaginar que o diabo pudesse ser tão tolo. Poucos procuram ferir a si mesmos, e aqueles que o fazem provavelmente não sobreviverão por muito tempo. Se, de fato, o diabo tivesse começado a atacar a si mesmo e aos seus próprios servos, então todos poderiam deixar de se preocupar com ele, porque seu reino logo desapareceria. Segundo, Jesus questionou os fariseus sobre os outros que estavam expelindo demônios. Ele estava, provavelmente, se referindo a pessoas a quem ele tinha dado o poder de expelir demônios (veja Mateus 10:1; Lucas 9:49-50; 10:1, 17). Muitos destes eram, provavelmente, filhos dos próprios fariseus. Conquanto eles pudessem levianamente acusar Jesus de expelir demônios em aliança com o diabo, certamente eles não estariam querendo dizer o mesmo de seus próprios filhos.
 
Finalmente, Jesus mostrou como sua expulsão de demônios era parte do programa do reino. A missão de Jesus era tirar pessoas do domínio de Satanás. Antes dele vir, Satanás podia, por causa do pecado, declarar que todos os homens eram sua propriedade. Jesus veio para perdoar os pecados e assim "roubar" do diabo aquelas almas que ele tinha considerado como suas possessões. Para poder roubar a casa de um valente, contudo, precisa-se primeiro amarrá-lo, antes de tirar seus bens. Isto é o que Jesus estava fazendo ao expelir demônios. Ele estava amarrando Satanás para que ele pudesse tomar as almas que tinham estado sob o controle do diabo. Este era um conflito entre dois reinos. Jesus, libertando os homens do domínio demoníaco, estava demonstrando que sua soberania era superior à de Satanás.
   
A Advertência de Jesus
"Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha. Por  isso, vos declaro: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens;   mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir" 
(Mateus 12:30-32). Aqui, Jesus advertiu sobre a necessidade de decidir em que lado estar. A guerra torna a neutralidade impossível. Temos que servir a Jesus ou a Satanás.
 
Jesus também advertiu sobre o perigo de blasfemar contra o Espírito Santo. Sabemos que Jesus expelia demônios pelo poder do Espírito Santo: "Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós" (Mateus 12:28). Então, quando eles o estavam acusando de expelir demônios por Belzebu, o rei dos demônios, eles estavam blasfemando contra o Espírito Santo, o verdadeiro poder através do qual estas grandes coisas estavam sendo executadas. Eles não somente testemunharam a forma humana de Jesus, mas viram a demonstração do Espírito Santo. Pode ter sido perdoável terem deixado de reconhecê-lo como um homem, mas desde que Deus tinha posto seu Espírito dentro dele (Mateus 12:18), eles não tinham desculpa.
 
Ligue estas afirmações sobre o perigo de blasfemar contra o Espírito Santo com o próximo ponto que Jesus afirmou: "Ou fazei a árvore boa e o seu fruto bom ou a árvore má e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore. Raça de víboras, como podeis falar coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração. O homem bom tira do tesouro bom coisas boas; mas o homem mau do mau tesouro tira coisas más. Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo; porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado" (Mateus 12:33-37). Jesus estava mostrando que o problema da blasfêmia é muito mais sério do que meras palavras por si mesmas. O que dizemos revela o que somos. Se alguém examina o conteúdo do balde, sabe o que está no fundo o poço. Se alguém examina as palavras que são faladas, ele sabe o que está no coração. Palavras são sinais de caráter. E isto não é verdade somente quanto a palavras de blasfêmia, é verdadeiro também quanto a palavras de confissão. Paulo escreveu: "Se, com tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre  os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação" (Romanos 10:9-10). Não é que as palavras, em si mesmas, tenham algum poder mágico, supersticioso, mas é que as palavras mostram algo mais profundo sobre nós.
 
Quando os acusadores de Jesus o acusaram de expelir demônios pelo diabo, mostraram uma profunda dureza de coração. Assim como o homem falou viu, assim os inimigos viram o Espírito expelir demônios e falaram contra ele. Estavam tão empedernidos contra a verdade que podiam realmente testemunhar os maravilhosos milagres e santidade de Jesus e, ainda assim, acusá-lo, sem hesitar, de estar aliado ao diabo. Eles estavam extremamente cegos e corrompidos. Enquanto outras blasfêmias podiam ser perdoadas, a blasfêmia deles contra Jesus demonstrava um grau de dureza espiritual que poderia tornar impossível para eles o arrependerem-se. O problema aqui é o problema deles, não de Deus. Deus tem capacidade ilimitada para perdoar a qualquer que o busque, mas estas pessoas não tinham coração para buscá-lo. Portanto, eles nunca seriam perdoados.
Lições Práticas
Considere três pensamentos práticos. Primeiro, Jesus demonstrou uma admirável capacidade para superar objeções. Ele calmamente respondeu a cada acusação e  combinou a resposta com um importante ensinamento. Ele nunca ficava frustrado, mas sempre respondia perfeitamente. Segundo, ver milagres não mudava os inimigos de Jesus. Eles eram incorrigíveis. Nós também podemos desenvolver corações endurecidos. Hoje, alguns pensam que creriam se apenas pudessem ver Jesus vivo fisicamente na terra, novamente, e testemunhar alguma grande demonstração de poder. Estes o viram, mas isso não teve efeito. O fato que muitos hoje recusam Jesus é por causa de seus corações endurecidos, não por causa de evidência insuficiente. Finalmente, considere a importância das coisas que dizemos. Somos responsáveis por nossas palavras e atos. O que dizemos e fazemos reflete nossa verdadeira natureza. Não há nada que saia de nossa boca que não estivesse antes em nossa mente. Precisamos vigiar nossa língua... e nosso coração.

- por Gary Fisher

sexta-feira, 25 de julho de 2014

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Culto de Jovens


A IEQ do Cotolengo convida a todos para mais um culto de jovens, participem com a gente!! Um culto muito abençoado, bandas de louvores e muita adoração.. o Espirito Santo já confirmou presença, contamos com a sua também!!!
Início do culto neste sábado,dia 24/05 às 19h30 
Sfihas e refrigerante serão servidos após o culto

Endereço: Rua Renato Polatti, 2671,Campo Comprido.
Próximo ao mercado Tissi,ao lado do Costelão Campo Comprido

terça-feira, 20 de maio de 2014

BILIONÁRIO INVESTE PESADO PARA QUE ESCOLAS ENSINEM A BÍBLIA

Bilionário investe pesado para que escolas ensinem a Bíblia
Bilionário, o presidente da rede de lojas de decoração Hobby Lobby, Steve Green, está lançando uma campanha controversa. Ele deseja ver cursos bíblicos como matéria eletiva em milhares de escolas públicas a partir de 2017.
Green disse que não quer “impor o cristianismo”, mas acredita que o futuro do seu país está em risco devido à falta de conhecimento da Palavra de Deus.  “A nação está em perigo devido à sua ignorância sobre o que Deus ensinou”, disse Green à Associação Nacional da Bíblia.
“Há lições do passado que podemos aprender com este livro. Precisamos saber disso, pois se não o fizermos, nosso futuro será muito assustador”, afirmou.
Ele já conseguiu autorização para um período experimental do projeto no distrito escolar de Mustang, na capital do Estado de Oklahoma.
Green preside uma ONG sem fins lucrativos chamada Museu da Bíblia, seu objetivo é, como o nome indica, preservar a Bíblia. Além do museu que deverá ser inaugurado em Washington DC, em 2017, eles reuniram cerca de 70 estudiosos bíblicos internacionais no desenvolvimento do currículo a ser introduzido nas escolas de ensino médio.
Green deve patrocinar todo o material escolar referente a matéria, que será opcional. O currículo incluirá contexto literário e histórico da Bíblia, incluindo uma visão aprofundada de sua narrativa e seu impacto através dos tempos.  O material pode ser estudado ao longo de três anos.
Steve Green já disse que não medirá esforços e finanças para ver esse projeto se tornar realidade. Apesar da enxurrada de críticas, que defendem a laicidade do Estado, Green tem respondido que algumas das maiores universidade do mundo (como Harvard e Yale) foram criadas, originalmente, para ensinarem a Bíblia.
Ambicioso, o projeto deseja se estender a outros Estados americanos, alcançando milhares de jovens estudantes.  Com informações Examiner e CBN

Mulheres são quase 60% dos crentes brasileiros e ganham força nos púlpitos das igrejas


Desde os tempos em que cabia às mulheres a exclusiva tarefa de ficar em casa, cuidando dos afazeres domésticos e dos filhos, elas são maioria nas igrejas. Basta visitar um culto para se ter a impressão de que as mulheres são muito mais numerosas que os homens nas igrejas. Mas só há relativamente pouco tempo têm tido acesso ao local de mais destaque no templo: o púlpito. Ultimamente, o ministério feminino tem ganhado força, num mundo onde cada vez mais as mulheres se destacam. Em mais e mais igrejas evangélicas – tradicionais, pentecostais ou neopentecostais –, a figura das pastoras, diaconisas, presbíteras e até bispas já se tornou rotineira, situação bem diferente do que ocorria no passado, quando ao gênero feminino eram reservados cargos de menor visibilidade, como cuidar de crianças ou lecionar na Escola Dominical. A Igreja Evangélica brasileira chega à segunda década do século 21 com uma face mais feminina do que nunca.

Segundo as estatísticas da organização Servindo Pastores e Líderes (Sepal), quase 60% dos crentes brasileiros são mulheres. E, embora ninguém goste de assumir qualquer discriminação, é fato notório que a membresia feminina demorou bastante para sair das posições eclesiásticas periféricas e conseguir ascender à liderança. Mas que fique claro que não foi uma transformação consciente, planejada – como acontece com a maioria das mudanças de natureza social, a revolução feminina evangélica é parte de um todo. “A Igreja passou a responder às necessidades da sociedade e essa mudança de paradigma se deu na medida em que a sociedade abriu-se para a liderança feminina nas mais diversas áreas”, diz o missionário Luis André Bruneto, coordenador de pesquisas da organização Servindo Pastores e Líderes (Sepal).

O pesquisador situa tal metamorfose num passado recente. “Essa abertura à mulher ocorre nas décadas de 1970 e 80, e vai se refletir na Igreja principalmente nos anos 90, exatamente a época em que a Igreja brasileira mais se pulverizou e cresceu”, aponta. O surgimento de milhares de novas congregações evangélicas, fenômeno religioso contemporâneo no país, é uma explicação. “Isso se deu devido à necessidade de líderes que a própria Igreja possui”, acrescenta Bruneto. E as mulheres foram naturalmente pondo a mão no arado.

Agora, essa Igreja chega à segunda geração de líderes mulheres perguntando-se o que elas têm de melhor a oferecer. Embora, naturalmente, ainda haja muitas resistências à liderança de saias – e o Novo Testamento, de acordo com a ótica da interpretação, pode tanto legitimar como rejeitar o pastorado feminino –, diversas igrejas já se utilizam do trabalho das obreiras há bastante tempo. Denominações tradicionais como a Metodista e a Luterana adotam tradicionalmente o pastorado feminino, franqueando às mulheres até cargos de direção em suas organizações. Outras, como a Igreja do Evangelho Quadrangular (IEQ) – esta, de linha avivada –, têm nas suas origens a marcante presença feminina. Foi a canadense Aimee Mcpherson que fundou a organização, em 1923, nos Estados Unidos. Hoje, a Quadrangular está em mais de uma centena de países, inclusive no Brasil, onde é uma das dez maiores denominações evangélicas.

“Essa participação da mulher é ativa, fluente e expressiva”, concorda a coordenadora nacional das Mulheres Quadrangulares, Mara de Barros Flores. “Já está provado que temos a capacidade, o amor e a unção necessários para o crescimento da Igreja”. Ela acredita que as denominações que rejeitam a participação feminina efetiva em cargos de liderança estão perdendo tempo. “A ajuda feminina que é ativa, fluente e expressiva”. Na IEQ, mulheres atuam em todas as funções eclesiásticas, chegando a ocupar 50% do ministério. E não basta ser simplesmente casada com um pastor – a candidata ao púlpito precisa seguir os trâmites estatutários e ter o mesmo estudo e preparo dos colegas de terno. “Além, claro, do chamado, da vocação e da liderança necessárias para estar à frente de uma igreja como pastora titular.”

Sonia do Nascimento Palmeira, presidente da Confederação de Mulheres da Igreja Metodista do Brasil, cita o exemplo de Marta Watts, primeira missionária da denominação a chegar ao Brasil, para destacar a importância do protagonismo feminino na obra de Deus. A obreira, vinculada à Sociedade de Missões Estrangeiras das Mulheres da Igreja Episcopal do Sul nos Estados Unidos veio com a tarefa de educar crianças e moças. No mesmo ano, fundou o Colégio Piracicabano, em Piracicaba (SP), que hoje é conhecido como Centro Cultural Marta Watts. Criou ainda um colégio em Petrópolis (RJ) e outro em Belo Horizonte (MG), colaborando sempre com as mulheres para que tivessem acesso à educação num tempo em que este direito lhes era constantemente negado. A ênfase nestes estabelecimentos era “ministrar uma educação liberal às moças para que seu horizonte intelectual e espiritual se ampliasse, preparando-as para agir com independência”, conforme o lema do Marta Watts.

“Proveito” – Sonia considera lamentável que ainda existam igrejas dominadas apenas por homens. “Vejo isso como um equívoco muito grande, pois a Palavra de Deus ensina exatamente o contrário. Jesus valorizou as mulheres. Elas foram criadas da mesma forma que os homens, com todo o potencial que eles têm também”. Para ela, o direito de exercer papel de destaque é tanto dos homens como das mulheres. “Na nossa Confederação, estamos preocupadas como Marta Watts esteve um dia, em impulsionar as mulheres de hoje a buscarem cada vez mais o seu lugar na Igreja e no mundo”, explica.

Tal lugar, segundo a psicóloga Isabelle Ludovico, deve passar necessariamente por qualidades tipicamente femininas, como a doçura e a afetividade. Em seu novo livro, O resgate do feminino, ela diz que o ambiente competitivo acabou roubando das mulheres aqueles aspectos comportamentais que sempre as diferenciaram dos homens, com consequências na qualidade da vida afetiva e espiritual – e que isso precisa ser revisto. “As mulheres assumem muitas atividades na igreja, e isso é movido por sua paixão pelo Reino de Deus”, diz (veja Entrevista abaixo). “A participação da mulher em posições de liderança trouxe muito proveito para a Igreja”, endossa o pastor Carlos Barcelos, da Igreja Batista do Morumbi, em São Paulo. “Considero importante o olhar feminino, que contribui para a ampliação de percepções dos vários problemas que uma comunidade pode enfrentar”. Defensor do mérito, independentemente do gênero, Barcelos diz que o papel a ser exercido pela mulher na igreja depende de suas capacidades e habilidades. “Toda posição de liderança, seja preenchida por um homem ou mulher, demanda do líder o cultivo de uma vida cheia do Espírito, pois as decisões tomadas afetam a vida de muitas pessoas”, pondera. Por isso mesmo, acrescenta, a mulher não deve deixar de lado suas características para sentir-se aceita. “Quando a mulher pretende agir como homem, está no caminho da falha.”

O pastor sugere um reestudo hermenêutico do texto bíblico de I Timóteo 2.11, que comumente é usado para justificar uma suposta posição secundária da figura feminina no contexto da Igreja. Para ele, a expressão “ficar em silêncio” deve ser entendida num contexto de disputa por autoridade, inclusive sobre o homem. “Toda situação em que o homem se retrai e a mulher entra no espaço deixado por ele costuma trazer problemas sérios”, analisa. Às mulheres com destaque na igreja, Barcelos aconselha, sobretudo, que se submetam àquilo que o Espírito Santo lhes indicar. “Isso não pode ser contrário ao que a Bíblia ensina e nem uma bandeira reivindicando posições. Se determinada Irma tem convicção de um chamado, trabalhe com paciência até que surja a oportunidade de pô-lo em prática”.

Exercício dos dons – Blanche Bruno, pastora de missões e aconselhamento da Igreja Cristã Casa da Rocha, acha que o mais importante é o exercício dos dons para abençoar a congregação. “O Espírito é o mesmo que age em todos, mas Deus criou a mulher com sensibilidades particulares”, diz a obreira. “Nossos mecanismos de percepção são diferentes dos homens, e por isso o papel feminino, tão importante na família e no trabalho, também o é no âmbito da igreja”. Blanche, que juntamente com o marido, José Bruno, eram bispos na Igreja Renascer em Cristo até o ano passado, acredita que a igreja não funciona por causa dos cargos que as pessoas nela ocupam, mas pelo cumprimento do chamado de seus membros. “Quando isso acontece, cada um está no seu devido lugar, seja homem, seja mulher”.

A jovem Alyne Romeiro, assistente pedagógica e membro da Igreja Cristã da Trindade, avalia como seria uma igreja sem a participação de mulheres na liderança. Ela atua no ministério de louvor e organiza eventos para os jovens em sua igreja e acredita que Deus chama a cada um individualmente, independente do sexo. “Uma igreja sem mulheres à frente, seria uma igreja de poucas atividades, criatividade e talvez alguns detalhes passariam despercebidos. “Deus nos fez criativas, mais emocionais, preocupadas com detalhes, mais ouvintes, temos maior facilidade em abrir mão de nossas coisas.” Alyne não consegue se imaginar sentada, sem fazer nada. Não só pelo fato de ser filha de pastor, mas sim pelo fato de ser cristã. “É como se eu fosse devedora. Se quero que todos sejam alcançados por essa graça, preciso trabalhar para isso e trabalho por amor e gratidão ao Senhor”, declara.

A valorização que Cristo fez da figura feminina é lembrada por Lia Casanova, ligada ao Ministério Desperta Débora, como principal endosso a uma participação cada vez mais ativa da mulher na obra de Deus. . “Tenho firme convicção de que Deus nunca se agradou da forma como a mulher passou a ser tratada ao longo da história, por isso Jesus se deu ao trabalho constante de mostrar aos homens como devemos ser consideradas”, advoga. Ligada a um movimento nacional de oração integrado exclusivamente por mulheres, ela lembra o exemplo de grandes mulheres de fé na Bíblia, como Maria, a mãe de Jesus, e Madalena, que não negou seu Mestre nem nos momentos de maior perigo. “Nós somos feitas por Deus e devemos nos colocar nas suas mãos para que possa nos usar para seu serviço e sua glória quando, onde e como quiser.”

Fonte: Cristianismo Hoje / Gospel Prime